PET é o plástico mais reciclado devido às suas múltiplas vantagens em relação a outros tipos de plástico. Leve e barato, é um dos materiais mais usados no mundo. Porém, sua extrema durabilidade significa que fazer o gerenciamento dos seus resíduos após o fim da sua vida útil é fundamental. É aí que a reciclagem do PET se destaca e se torna tão importante para a economia circular. O meio ambiente tornou-se um bem coletivo do qual todos devemos cuidar. Passou a ser necessário investir em tecnologia verde, que economiza energia e reduz o impacto ambiental.
Em primeiro lugar, o PET é um polímero muito inerte, o que torna a embalagem PET ideal para o armazenamento de alimentos, já que praticamente não possui interação com o conteúdo. Ele também tem a propriedade de criar uma barreira ao oxigênio e a água e pode ser facilmente moldado. É altamente resistente, muito leve e ideal como garrafas de bebidas. Além disso, pode ser usado para produzir garrafas transparentes, o que não é possível com alguns outros tipos de plástico.
1. A sustentabilidade tem que ganhar mais força
Reduza, reutilize e recicle. Você provavelmente já ouviu falar dos 3R´s em campanhas de conscientização ambiental. Espera-se que este sistema impulsione com entusiasmo e otimismo a mentalidade das pessoas, para que elas essencialmente façam a coisa certa e ajudem nos esforços para salvar o meio ambiente. A sustentabilidade na atividade empresarial passou a ser uma escolha estratégica, composta por grandes e pequenos objetivos que são alcançáveis graças a uma atitude cultural particular e a investimentos contínuos, em novas fábricas equipadas com tecnologia (internet das coisas), que permitem ao maquinário melhorar e se adaptar de forma independente às novas exigências de produção do século XXI.
Nos últimos anos, vimos que as práticas inadequadas resultaram em aterros superlotados, deterioração ambiental e até mesmo em desvantagens econômicas. Materiais perfeitamente recicláveis vão para o lixo devido a práticas inadequadas de descarte, segregação e gestão em todas as partes interessadas, desde casas a municípios e autoridades locais. Práticas inadequadas de descarte geralmente geram alarmes quando resíduos, como garrafas de plástico, acabam obstruindo cursos de água e superlotando aterros sanitários. Isso desestimula a imagem de um material que, se devidamente descartado e segregado, pode ser reciclado e potencialmente beneficiar a economia.
2. Temos que resolver o problema com nosso sistema de gestão de resíduos
Embora governos e autoridades locais tenham feito alegações de que os procedimentos de segregação e gestão de resíduos foram implementados, é claro que ainda há ineficiências em quase todos os níveis. Por exemplo, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) passou a valer no Brasil. Essa Lei Federal determina uma série de diretrizes e metas de gerenciamento ambiental que devem ser cumpridas em todo o território nacional.
A PNRS trouxe um novo modelo, com foco na sustentabilidade e na economia circular. O problema é a sua implementação. Os lixões ainda são o destino de 40% do lixo produzido no Brasil. E ainda existe o problema da falta de interesse na reciclagem de alguns itens. Menos de 2% do plástico produzido no país é reciclado, por exemplo, segundo dados da WWF citados pelo Atlas do Plástico. Ou seja, falta muito para atingir o mesmo índice de reciclagem que as latinhas de alumínio tem quando coletadas, que é de 97,7%.
Faltaram instrumentos econômicos para estimular o empresariado a realizar mudanças dentro de suas cadeias produtivas. No Brasil não há linhas de crédito nem instrumentos fiscais para incentivar inovações que reduzam a geração dos resíduos. O Estado pode e deve incentivar a mudança de comportamento de consumidores e produtores.
3. É preciso tomar medidas governamentais
Como sabemos, vários governos tentaram implementar a proibição de plásticos de uso único. Embora este pareça um passo sustentável à frente, cria um problema na forma como consumimos hoje, pois não existe um material para substituir todo esse plástico descartável. Foi a capacidade de usar plástico em embalagens que abriu portas para tornar os produtos mais acessíveis e baratos. Os pacotes plásticos são geralmente mais baratos de produzir e fáceis de transportar (devido a quebras mínimas e a facilidade no armazenamento). Os plásticos também geram uma pegada de carbono menor na produção do que a maioria dos outros materiais.
Essa alternativa mais barata permitiu que as bebidas fossem disponibilizadas para a maioria das comunidades mais distantes, que de outra forma seriam limitados às áreas mais ricas do país. Uma solução inovadora seria, por exemplo, garantir que plásticos como o PET sejam reciclados, pois, eles trazem uma contribuição inestimável para as comunidades e para a economia em geral. É por isso que se torna ainda mais importante abordar estrategicamente a questão da redução e reciclagem de resíduos a longo prazo.
4. Sustentabilidade da embalagem – temos que reciclar o PET
A sustentabilidade das embalagens é uma questão fundamental, em particular para a indústria de bebidas, onde cada vez mais questões são levantadas sobre o material a ser usado para embalagens seguras, com impacto limitado ao meio ambiente.
A utilização de garrafas plásticas é uma solução interessante, uma vez que este tipo de produto é inquebrável, seguro, com grandes propriedades de barreira, leve e acima de tudo reciclável! Em comparação com outros materiais de embalagem, como vidro ou alumínio, o PET tem um bom perfil ambiental, principalmente graças à sua leveza que se traduz em menos material para produzir, menos material para descartar, menos energia para fabricá-lo e menos combustível para transporte de produtos embalados.
A utilização do r-PET (PET reciclado) para a fabricação de novas garrafas está no centro do conceito de economia circular, que consiste em coletar os materiais após o seu uso e processá-los, para poderem ser reaproveitados ou reciclados. Cada vez que uma embalagem PET é reciclada, sua reserva de óleo é recuperada e reutilizada, eliminando o desperdício e reduzindo o impacto ambiental da embalagem, desde que existam sistemas eficientes de gerenciamento de resíduos e reciclagem.
5. O que precisa ser feito em relação ao PET?
Primeiramente, o governo precisa incentivar economicamente o setor empresarial e fazer com que a PNRS seja realmente colocada em prática. Se o estado promover uma estratégia que garanta que as autoridades locais e os municípios implementem um sistema de gestão de resíduos contínuo, isso também ajudaria a fortalecer o setor de reciclagem. A lei já existe.
Além do Governo, os produtores desempenham um papel importante. Os fabricantes de garrafas PET e grandes marcas de bebidas podem, por exemplo, padronizar suas garrafas e tampas e torná-las transparentes. Isso poderia auxiliar e facilitar o processo de segregação, limpeza e reciclagem quando as garrafas chegam aos recicladores.
Os consumidores devem ser informados sobre as práticas de reciclagem corretas a serem seguidas. Para aumentar a conscientização e influenciar as práticas adequadas de descarte de resíduos recicláveis, um maior engajamento público pode ser alcançado por meio de programas de limpeza de praias ou pontos turísticos e iniciativas semelhantes.
O plástico PET não é resíduo, é uma mercadoria valiosa
Uma das estratégias mais benéficas economicamente e ecologicamente corretas é o desenvolvimento de uma economia circular, que através da reciclagem continuaria a ser um grande impulso, prometendo uma vida útil contínua e rejuvenescedora da indústria, beneficiando coletores e segregadores privados. Isso não apenas fortaleceria o setor de reciclagem local, mas também seríamos ambientalmente conservadores, ao mesmo tempo em que reciclamos e agregamos valor às garrafas PET coletadas para produção e exportação.
Com a proibição iminente do governo de plásticos de uso único e uma meta de desenvolver e preservar um meio ambiente sustentável, as questões prevalecentes com a gestão de resíduos devem ser tratadas com uma abordagem proativa, idealmente fortalecendo a gestão de resíduos e realizando totalmente o potencial dos materiais recicláveis. Imagine: tudo o que temos que fazer é sermos cautelosos e inteligentes ao segregar e gerenciar nossos resíduos. Isso reduziria drasticamente nossa pegada ecológica, que de outra forma seria ampliada pelo uso de materiais virgens para produzir produtos. Ao invés disso, o plástico reciclado poderia resolver esse problema. Uma vitória econômica e ambiental voltada para economia circular e para uma política de para todos.