Por muito tempo, as montadoras focaram em criar carros com motores mais potentes e menor consumo de combustível, principalmente após a crise do petróleo da década de 70. No entanto, foram necessárias mudanças no design e no material para que eles se tornassem mais leves, já que os metais usados para a carcaça dos automóveis exigiam o consumo de mais combustível para a locomoção.
Foram iniciadas pesquisas de materiais que pudessem ser usados com essa finalidade e descobriu-se que os polímeros eram bem mais leves que os metais, usados inicialmente para construir os interiores dos carros. Desde então, os plásticos rígidos deram lugar aos plásticos espumados, sedosos, granulados e lisos.
Ao perceber o potencial desse mercado, fabricantes de materiais têm oferecido novos polímeros que aprimoram ainda mais os produtos; com alguns deles tornando-se até mesmo obrigatórios.
Uso dos polímeros em carros: um breve histórico
Na década de 1980, os pára-choques de plástico tornaram-se padrão para todas as marcas. Uma década depois, a fabricante francesa Renault inovou ao substituir o metal por poliamida nos para-lamas das primeiras gerações dos modelos Clio. Foi também durante os anos 90 que os fabricantes passaram a prestar atenção na pegada ambiental de seus carros, utilizando plásticos reciclados para a produção.
Neste começo, a abordagem ainda era tímida, com peças encontradas em partes imperceptíveis ou pouco visíveis, como os componentes de proteção do motor e nas soleiras das portas.
Em 2010, a Peugeot inovou ao equipar o modelo 208 com o primeiro para-choque feito de polímero reciclado.
Como serão os carros do futuro?
Quando se trata de carros do futuro, fabricantes e fornecedores de equipamentos têm ideias bastante promissoras: redução de peso e melhoria da aerodinâmica e do conforto. Para atingir esses objetivos, os polímeros são o material mais apropriado.
Além disso, há uma forte probabilidade de que os veículos elétricos do futuro se destaquem dos seus ancestrais movidos a gasolina em termos de design.
Por gerarem menos calor, os motores elétricos não aquecem o interior do carro o suficiente para que ele seja um ambiente confortável para os usuários. A solução ideal para o problema é a utilização de uma tecnologia de isolamento. E os polímeros são o material perfeito para isso: flexíveis, fáceis de cortar e ultraleves.
Além disso, todas as partes da carroceria (teto, portas, capô etc.) desses veículos serão revestidas com uma camada de polímeros expandidos, como poliestireno, polifeniléter e poliuretano. Esses elementos contribuem também para o isolamento térmico das baterias, que permanecem muito vulneráveis às variações de temperatura e que, geralmente, não se adaptam bem às baixas temperaturas.
As empresas alemãs Continental e Sennheiser estão desenvolvendo sistemas de som de alta tecnologia, que proporcionam um áudio de efeito espacial para o carro, por meio da emissão em diferentes faixas de frequência. Além da experiência bastante agradável, esses alto-falantes reduzem o peso do veículo.
O uso de ABS nas rodas e calotas também são um bom exemplo da utilização do poliestireno. Essa disposição melhora a aerodinâmica e a eficiência dos veículos. A técnica foi aplicada por fabricantes como BMW e Tesla.
É difícil ter uma visão clara de como os carros serão em 2050. Mas, podemos afirmar a presença da tecnologia e o uso de polímeros para melhorar diversos aspectos dos veículos, permitindo também a redução do impacto ambiental. Isso evidencia como os plásticos são importantes para um futuro mais sustentável.
Fonte:
https://plastics-themag.com/Team-Plastics-leading-the-race-to-reduce-weight