Objetos com aspecto rústico, ou que levam produtos mais naturais na embalagem, como o papel, geralmente são vistos como opções mais sustentáveis. Mas, essa concepção está correta?

Para começar essa reflexão, podemos partir do significado de desenvolvimento sustentável. No site da WWF Brasil, encontramos que “a definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”.

O consumo e a produção dependem da utilização de recursos naturais, extraídos do meio ambiente. Isso inclui metais, minerais, água e comida que ingerimos, algodão para a fabricação de roupas e itens de higiene, matéria-prima para combustíveis fósseis, entre outros.

A quantidade de materiais usados continua a crescer e ultrapassa o desenvolvimento populacional e econômico, o que indica que utilizamos cada vez mais insumos com menos eficiência. Se nada for mudado, a extração de recursos naturais aumentará em 110% até 2060.

Isso afeta não só o ecossistema, como o bem-estar das pessoas e influencia até o preço dos alimentos e de outros recursos essenciais para a sobrevivência.

Diante dessa realidade, qual seria a solução mais consciente: optar por produtos naturais, mesmo que possam ser reciclados, ou por materiais que tenham alta durabilidade, resultando em menor extração com o tempo?

Natural não significa sustentável

A partir dessa reflexão, podemos avaliar a real sustentabilidade de elementos como os copos de papel, que dependem da extração de árvores para a produção de celulose, ou de ecobags, que precisam de algodão e devem ser reutilizadas pelo menos 173 vezes para que tenham menor impacto ambiental que uma sacola plástica.

Outro ponto que merece atenção é o uso de bioplástico. Visto como opção mais gentil ao meio ambiente, por ser produzido a partir de insumos renováveis, como cana-de-açúcar e milho, o bioplástico não é exatamente um material biodegradável.

Sustentabilidade e viabilidade econômica

Outra crença equivocada quanto à sustentabilidade é a acessibilidade econômica de algumas soluções. Não raro, o pensamento é de que as soluções ecológicas são muito mais caras que as tradicionais, isso quando não são consideradas inacessíveis.

Na realidade, muitas alternativas têm custo similar ou até menor, como a utilização do plástico na construção civil.

Economia circular e utilização de materiais subestimados

Diante dessas observações, torna-se essencial enxergarmos o valor de produtos artificiais. Uma garrafa de plástico, por exemplo, pode ser usada por inúmeras vezes e reciclada quando não tiver mais utilidade.

Os produtos sintéticos devem ser valorizados, principalmente por apresentarem uma vida útil mais longa, reduzindo a necessidade de extração de recursos naturais. Além disso, promover a economia circular, por meio da reutilização dos resíduos com a ajuda da  reciclagem, reduz o impacto negativo ao meio ambiente e possibilita o consumo de forma, realmente, sustentável.

Fontes:

https://www.oneplanetnetwork.org/SDG-12/natural-resource-use-environmental-impacts

https://www.plastico.com.br/construcao-materiais-plasticos-criam-solucoes-inovadoras/

https://arvoredofuturo.com.br/nao-confunda-natural-biodegradavel-ou-rustico-com-sustentavel/

https://dicasdearquitetura.com.br/mitos-sobre-sustentabilidade/

https://ciclovivo.com.br/planeta/desenvolvimento/tipos-de-plastico/