A pandemia mudou completamente a situação da proibição dos plásticos de uso único. O uso de sacolas retornáveis, por exemplo, que alguns políticos e ambientalistas estavam ansiosos para impor à população passou a ser perigoso. Dessa forma, com o avanço do Coronavírus, evitar produtos descartáveis passou a significar um grande risco de ajudar a espalhar ainda mais a COVID-19 e outros tipos de vírus.
A suspensão das proibições
A proibição do uso de sacolas plásticas de uso único parece sustentável, mas não é, e por isso deve ser deixada de lado. Os produtos plásticos possuem vantagens óbvias na redução da propagação de doenças, porém as autoridades públicas ignoraram isso nos últimos anos e estavam determinadas a eliminar as sacolas e outros descartáveis até muito pouco tempo atrás. Assim, uma lei municipal que proibiria o uso de copos, pratos e talheres de plástico na capital paulista entraria em vigor em 1º de janeiro de 2021. Essa lei foi suspensa recentemente, devido à pandemia, por liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Descartáveis ajudam na contenção da COVID-19
Os pesquisadores alertam há anos sobre os riscos de os produtos reutilizáveis espalharem doenças virais e bacterianas. O Coronavírus é apenas um dos muitos patógenos que os compradores podem espalhar com as sacolas retornáveis. Para fazer o uso seguro das ecobags seria necessário lavar estas sacolas regularmente, o que poucas pessoas se preocupam em fazer. Vírus e bactérias podem sobreviver nas sacolas por até nove dias, de acordo com um estudo publicado no The New England Journal Medicine.
Embora sejam chamadas de descartáveis, algumas pesquisas mostram que a maioria das pessoas reutilizam as sacolinhas de supermercado como embalagens de lixo. Uma vez descartadas, essas sacolas ocupam pouco espaço no aterro. O fato de não serem biodegradáveis é, na verdade, uma vantagem porque elas não liberam metano ou qualquer outro gás de efeito estufa (como fazem os sacos de papel e algodão em decomposição). A pequena quantidade de carbono que sai das sacolas poderia ser capturada com segurança da atmosfera (e do oceano) em um aterro sanitário moderno, com um revestimento resistente.
Contágio dentro dos supermercados
Esse risco de disseminação de vírus através das ecobags foi demonstrado em um estudo de 2018 publicado no Journal of Environmental Health. Os compradores foram a três supermercados da Califórnia carregando sacolas retornáveis que haviam sido pulverizadas com um substituto inofensivo de um vírus. Depois da compra, os pesquisadores encontraram vestígios nas mãos dos clientes e balconistas e em muitas superfícies tocadas pelos consumidores.
Melhor prevenir do que remediar
O comportamento do consumidor em geral não inclui a correta higienização de sacolas e utensílios de uso pessoal, infelizmente. Em um momento tão delicado como este que estamos vivendo, é preciso, acima de tudo, priorizar a saúde pública. Dessa forma, é necessário reconhecer que o plástico descartável é a maneira mais barata, mais simples e segura de prevenir doenças transmitidas por alimentos. Portanto, a proibição das sacolinhas plásticas e de outros produtos descartáveis significará agora, provavelmente, também mais pessoas com a COVID-19.
O lixo mal administrado
Por que nossos líderes políticos querem tirar nossos copos, talheres, sacolinhas de plástico e canudos, ao invés de simplesmente criar incentivos para reciclá-los? O Brasil ainda não possui bons sistemas para coletar e processar resíduos, assim sendo, uma boa parte desse lixo simplesmente é despejada em rios ou próximos a eles. Assim, é permitido que o plástico chegue até o oceano.
Os recursos desperdiçados em campanhas anti-plástico seriam melhor gastos em mais programas para incentivar o descarte correto e o reaproveitamento de todo esse material desperdiçado. Para que o plástico já usado seja transformado em outros produtos é preciso ter um incentivo governamental adequado. Porém, nossos políticos têm outras ideias.
Eles estavam piorando a nossa situação ao proibir os produtos plásticos e exigir alternativas mais caras, menos convenientes e piores para o meio ambiente. Mas a racionalidade e a ciência começaram a virar esse jogo, e muitas leis que pareciam ser sustentáveis, mas que não verdade, não eram, começaram a cair e assim, materiais descartáveis tem auxiliado o mundo a combater a propagação de doencas, como o coronavirus.
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