A presença de plástico nos oceanos se tornou uma grande ameaça ambiental nos últimos anos, à medida que a escala do problema se tornou mais clara. Já vimos proibições de plástico descartável entrarem em vigor em alguns países, mas essa não é a única alternativa para combater essa poluição.

As comunidades de ciência e tecnologia também colaboram, com soluções inovadoras, com governos e grandes empresas para encontrar uma resposta definitiva global para o problema da poluição plástica. Esse problema ainda está longe de ser resolvido, mas existem inovações na reciclagem de plásticos que podem causar um impacto muito positivo. Aqui estão algumas das invenções e iniciativas tecnológicas mais promissoras que para resolver o problema da poluição plástica.

Cogumelos comedores de plástico

Em 2011, os alunos de Yale descobriram um cogumelo na Amazônia Equatoriana, da espécie Pestalotiopsis microspora, que consegue digerir e quebrar o plástico mesmo em um ambiente sem ar (anaeróbio) – o que pode até torná-lo eficiente nos próximos anos. Pelo menos mais 50 novos tipos de fungos biodegradáveis ​​de plástico foram descobertos desde 2017, mas é necessário mais investimento para expandir as operações e descobrir a melhor maneira de aplicar fungos no processo de remoção de plástico.

Um drone marinho que recolhe plástico 

Essa é a inovação alcançada com o Marine Drone, um projeto de drone subaquático criado pelo designer industrial Elie Ahovi e sua equipe. Esse robô foi construído para vasculhar o mar incansavelmente em busca de lixo plástico. O Marine Drone nada mais é do que uma cesta gigante que é arrastada pela água por três hélices movidas a bateria. À medida que se move, essa cesta se enche de lixo. 

Os drones – que trabalham em conjunto e se coordenam entre si por meio de sonar – retornam a um local central quando estão cheios e o carregamento de plástico é carregado em um navio para reciclagem. Mas esses drones também não pegam animais marinhos? Não. Os drones foram criados para emitir um ruído para assustar os peixes tornando seu uso seguro. Este é um exemplo perfeito de como a tecnologia de drones pode ter um impacto positivo em nosso mundo.

A mágica da larva-da-farinha

Os pesquisadores descobriram que a larva-da-farinha, nome dado a larva do besouro do gênero Tenebrio, pode comer isopor e outros tipos de plástico. Dentro destas larvas estão microorganismos que são capazes de biodegradar formas comuns de plástico, de acordo com estudos publicados na Environmental Science and Technology.

 A pesquisa documentou 100 larvas-da-farinha que consumiam de 34 a 39 miligramas de isopor, o que corresponde ao peso de um comprimido, todos os dias.  Os cientistas descobriram que as larvas transformaram o plástico que comiam em dióxido de carbono, biomassa e resíduos biodegradáveis. 

A mágica está no intestino das larvas-da-farinha. Dentro dele foram encontradas bactérias essenciais para a degradação do plástico. A esperança é que, ao compreender os mecanismos dentro do intestino da larva da farinha, os cientistas e engenheiros possam criar  formas de degradar o lixo plástico ou encontrar novas maneiras de produzir plástico 

Um jeito novo de fazer de combustível

Uma das formas mais interessantes de reaproveitar o plástico é converter os resíduos em combustíveis. A WASTX Plastic é uma start-up alemã que criou uma tecnologia capaz de fazer isso. O projeto é baseado em um contêiner que converte resíduos sólidos em combustível e eletricidade. Dentro de cada contêiner existe um sistema com dezenas de tubos, contêineres menores e muita tecnologia. 

O equipamento chocalha e zumbe, e o cheiro de óleo percorre o ar. O protótipo pode transformar 250 quilos resíduos de plástico por dia. Um quilo de plástico produz aproximadamente um litro de combustível.

Impressão com resíduos de plástico

O principal problema de usar a impressão 3D é que precisa de muito plástico. Mas isso também pode representar um uso potencial para resíduos de plástico. O projeto grego The New Raw transforma garrafas plásticas, copos e muito mais em filamentos de impressão. 

Mais do que isso, vale ressaltar, o projeto, está aumentando a conscientização sobre a reciclagem de plástico na ilha de Syros. O New Raw abriu também um laboratório de lixo zero em Thessaloniki, onde o público é convidado a trazer seu lixo doméstico de plástico e usá-lo para transformar o espaço público, criando seu próprio mobiliário urbano.  

Redes de pesca mais inteligentes

A poluição do oceano não se deve apenas à nossa dependência de plásticos descartáveis, então proibir canudos, por exemplo, não é a solução. A indústria pesqueira é um grande contribuinte para poluição marinha. Seus equipamentos e redes matam centenas de animais marinhos e deixam muitos resíduos de plástico no oceano.

Inovações como redes de pesca biodegradáveis, redes inteligentes que rastreiam sua localização por meio de um aplicativo e redes de arrasto de alta tecnologia que tornam a pesca mais sustentável estão sendo testadas e introduzidas em todo o mundo para reduzir o desperdício de plástico na indústria pesqueira.

A nova economia a partir dos plásticos

É importante mencionar que o plástico continua sendo um material extremamente útil, mas algumas medidas podem ser tomadas para melhorar sua produção e posterior descarte. Empresas estão cada vez mais comprometidas com os princípios da economia circular, que é outro passo importante na solução das causas da poluição do plástico. 

As inovações tecnológicas são muito importante, mas o principal continua sendo a reciclagem. Precisamos ser melhores no reaproveitamento de resíduos. Não devemos desperdiçar plástico em lugar nenhum.